quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

- Do you ever think about the future?
- Yeah, sure.
- And what do you see?
- That’s a tough question… What do you see?
- You.
- What?
- I see you.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

com a gente, é outra história

Mas eu gostava demais dela. Tava lendo você-sabe-o-quê e ouvindo a nossa música, aquela de agora, e pensei em você e naquele seu jeito tinhoso, carne de pescoço, sabe? Aí me lembrei daquela tua foto com o cabelo novo, mas o rostinho de sempre, que eu já vi e beijei tantas vezes ao longo desses anos todos de eu e você. Nariz pequeno, boca rosa, olhinhos que me lêem por inteiro no curto espaço de tempo em que nossos olhares se cruzam e aquela expressão que eu conheço tão bem e fico sempre repetindo mentalmente quando tô em qualquer situação de perigo, tristeza e qualquer coisa ruim nesse mundo. A essa altura do campeonato, você já sabe que é pra você que eu escrevo, né? É claro que tu ainda deve estar duvidando de que é pra tu mesmo, senão não seria você, mas pode acreditar que é. Sim, porque só tu me faz ouvir uma música mais de vinte vezes num único dia, só tu me faz ler uma coisa mesmo sabendo que vou chorar porque ela vale a pena, só tu faz aquela voz de menina pequena e me pede pra ler uma coisa pra tu porque, segundo você, quando eu leio, ela vira verdade. E eu ouço, eu choro, eu leio. A verdade é que eu faço o que tu quiser, pequena. Eu tô sempre pronta pro teu falar fino, pra tua banca de workaholic, pros teus códigos quando tua mãe tá perto do telefone, pra os teus sermões quando eu mereço ouvir e pros teus bilhetinhos laranja espalhados pela casa quando tu tem uma crise de ciúmes. Porque você é o meu benzinho, é aquela flor que escolhi pra tirar da janela e colocar no jarrinho do lado da minha cama pra ficar mais perto de mim, você é a única pessoa de quem eu tenho impulsos de cuidar, logo eu que não sei cuidar direito nem de mim. É por isso que eu digo que o nosso querido Lô se enganou quando fez a letra daquela música, a nossa. Se conhecesse a gente, ele teria escrito “e basta contar compasso, e basta contar comigo, que a chama não tem pavio”. E é bem isso mesmo, N. : a nossa chama não tem pavio. É só contarmos uma com a outra. E isso não tem sopro, ventania, tempestade que vá mudar porque eu te amo (desde e para) sempre. Você sabe disso.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

de tudo se faz canção

Pra falar a verdade, eu não sei bem como isso tudo começou. Acho que foi naquele dia em que você me ligou de manhã logo cedo, absolutamente sem assunto, todo errado, com medo de ter acordado o pessoal lá de casa, e a gente acabou conversando por mais de duas horas sem entrarmos naquele silêncio constrangedor que envolve duas pessoas que ainda estão se conhecendo. Ou será que foi naquele outro dia em que você apareceu no meu curso de inglês sem avisar e, num dia em que eu vestia um blusão do meu pai e aquelas havaianas amarelas já bem surradas, me chamou pra fora da sala no meio da aula só pra dizer “oi” e saiu falando pra todo mundo no outro dia o quanto eu estava bonita? Não, ainda não foi aí. Desisto de datar o que não tem data de começo nem de fim, ponto. O fato é que o nunca aconteceu no meio do sempre e decidiu trocar de lugar com ele porque virou sempre e o ex-sempre se perdeu no tempo e espaço que antes eram do nunca. Digo isso porque você bem sabe como eu era antes de você. Eu duvidava da ciência, das atuações nos filmes e peças de teatro, daquele cara lá da faculdade que achava que tinha conseguido solucionar aquele tal mistério e até da autenticidade daquele colar de ouro que ganhei de presente de natal. E aí me vem você que acreditava em tudo e todos até haver motivo pra desconfiar de alguma coisa. Eu desconfiava, você apostava todas as suas fichas. Em mim, em você, na gente. E foi assim durante muito tempo porque eu ainda desconfiava. E olhe que você não me dava razões pra isso. Segui desconfiando até o dia em que me flagrei feliz somente pelo fato de você estar rindo, gritando sem emitir sons quando a gente conversava no telefone ou te procurando desesperadamente quando você estava longe de mim. Era você estar perto e eu ficava tensa, com medo de falar alguma besteira que te fizesse me achar menos isso ou aquilo; era você estar triste ou cabisbaixo que eu tinha impulsos de trazer um circo inteiro pra frente da sua casa ou comprar sacos e mais sacos daquele amendoim que você adora só pra arrancar um sorriso teu. Diante disso tudo, eu tive que acreditar. Logo eu, a mulher que jamais entrava no mar sem colete salva-vidas, nem jamais comprava nada sem olhar o prazo de validade e que não acreditava estar mais magra até subir efetivamente na balança, logo eu. E já que agora eu acreditava, eu ia até o fim na crença do meu amor por você, que se tornou o meu norte, ou melhor, o meu centro, minha rosa-dos-ventos. Não, não me entenda errado: não é que tudo girasse em torno de você, fazendo com que você fosse Deus e senhor da minha vida, não. É que o amor que eu sinto por você é a força motriz que faz a minha rosa-dos-ventos rodar. Sim, porque só te amar já é suficiente pra mim. Até quando não estou do teu lado ou pensando em você, eu te amo e, mais ainda, eu acredito nisso. Não estou dizendo que nunca vamos nos separar ou coisas do tipo porque eu sei que amanhã ou daqui a semanas, meses, eu ou você poderemos querer arrumar nossas malas e bater a porta deixando o outro pra trás, sei disso. O que eu quero dizer é que te amar me ajuda a levantar de manhã todos os dias, me leva de lado pr’um outro sem precisar sair do lugar, me dá paz e tranquilidade no meio de um super engarrafamento na volta pra casa. É aí que coloco todas as minhas dúvidas pra dormir, troco de roupa, abro as portas e janelas pra deixar entrar a luz da lua, o vento da praia e esse amor que aparece nas pequenas coisas, que dorme, acorda, toma café-da-manhã e banho comigo e que eu consigo segurar nas mãos como um passarinho pousa no seu dedo se você o oferecer a ele. Eu posso pegar no amor que sinto por você. E assim como eu faço com o passarinho, eu coloco esse amor entre as mãos, cuido dele, faço carinho em sua cabeça e solto de volta pro ar, que é seu lugar de origem. Com você é diferente: não tem essa de gaiola, prisão, dar satisfação, não. Não é preciso, porque eu sei de você, sei de mim e do que vem, e tenho você, um milagre no meu coração mentiroso. Se tem uma coisa que eu aprendi, uma das muitas que você me ensinou, é que milagres não acontecem todos os dias e é por isso que são o que são. Além do mais, você me mostrou que milagres não são passageiros, não é só aquilo de ganhar na mega-sena ou de não morrer depois de um avião cair em cima da sua casa, entende? Sabe como eu descobri isso? Você ficou, aliás, você fica, você sempre fica. Os anos passam e eu me agarro a esse sentimento, às lembranças dum tempo distante e te trago pra perto de mim todos os dias. E assim, sigo gostando mais da sua presença, mais, cada dia mais, num descomum que no fundo é trivial, na doidice mais calma que se pode ser.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Você me conhece: eu faço tudo errado

Porque você era muito melhor que eu.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Da série Diálogos Interessantíssimos V

C. - É porque tu já tem toda uma bagagem, né friend?
A. - É, é verdade...
N. - Ah, eu também tenho uma bagagem, só que a minha é um pouco menor que a dela... é uma bagagem de mão!