quinta-feira, 13 de março de 2008

Opening Sequence.

ok, eu sei que relutei, falei que não ia fazer isso daqui porque não tenho muito tempo nem paciência e que não dá pra ter um blog, diário eletrônico ou whatever desse jeito. Mas, em tempos de visibilidade mode ON e aberturas de coração até pro armário do escritório, qualquer iniciativa de comunicação já dá a largada com três pontos na pesquisa do Ibope. Vou logo dizendo não sou organizada, não escuto o cd na ordem certa nem escrevo todo dia, mas isso é coisa pra se perceber enquanto for me lendo do lado de fora - minhas palavras - e do lado de cá: eu nas minhas palavras. see u later, folks!


xoxo.

Um comentário:

Magno Marques disse...

Me permitam protestar, meus amigos, contra a ausência de comentários ao texto inaugural deste blog. Acho isso de uma injustiça sem tamanho: o anúncio de que uma autora como esta nos presenteará com seus textos não merece esse silêncio, que sou incapaz de compreender talvez porque ainda não esteja pronto para ser flor. Queria, portanto, lhes pedir licença para dizer porque penso que constitui motivo de felicidade sem conta que as palavras guardadas de Amanda não tenham permanecido tão guardadas assim.

Um traço que salta aos olhos nessa moça é que ela age como se não fosse uma pessoa absolutamente fora do comum, divina. Acho que pessoas como ela, se quisessem, teriam todo direito de se abster do convívio com os reles mortais. Mas definitivamente não é isso que ela faz, meus amigos: pelo contrário, conversa e convive naturalmente no seio das pessoas comuns como se fosse alguém normal! Aliás, a única exceção que conheço com relação a essa observação sou eu mesmo, cuja sede não consegue se saciar com as magras gotinhas de atenção que aqui e acolá consigo roubar da autora. Daí o investimável valor deste blog para mim: as palavras que Amanda guarda quando me encontra (ou melhor, quando eu vou ao seu encontro)estão disponíveis aqui!

Mas como não seria de bom tom apresentar razões unicamente de ordem pessoal para justificar minha opinião, gostaria de defender de modo um pouco mais objetivo as qualidades estéticas da autora. Quem já teve, como eu tive, o privilégio de ler o conto "A mulher que era dela" sabe do quanto Amanda tem a nos oferecer. Dir-se-ia, camaradas, que esta autora tem uma notável habilidade de transferir suas qualidades pessoais para os textos que cria. A beleza de suas palavras, por exemplo, é tanta que só se explica pelo fato de refletir a beleza daquela que nos escreve; ademais, sua notável habilidade de se vestir com charme e distinção aparece nos seus textos na forma de uma notável habilidade de vestir seus pensamentos com palavras charmosas e distintas, que, assim como suas roupas, vão bem com a personalidade da autora. Neste ponto, há um delicioso contraste entre essência e aparência: um observador superficial e fútil corre sério risco de ter Amanda na conta de uma pessoa e autora superficial e fútil, caso venha a julgá-la precipitadamente pelas suas roupas e por algumas exressões empregadas em seus textos. Mas posso garantir que há completo engano em semelhante parecer. As profundas observações que ela tece sobre o tema da solidão no conto "A mulher que era dela" estão aí para confirmar o que eu digo. Lendo-as, percebe-se claramente que, do mesmo modo que Amanda dá mais beleza às suas roupas do que as roupas a ela, assim também seus pensamentos dão mais beleza às suas palavras do que o contrário. Aqui, a beleza exterior como que emerge naturalmente da beleza interior; aquela é um reflexo desta e o que essa moça faz não é senão encontrar a forma mais elegante, mais charmosa e mais distinta de se exprimir através das roupas e das palavras.

Considerada essa conexão inexorável entre as qualidades de Amanda como pessoa e como escritora, espero que o mesmo não seja válido para o seu defeito insuportável de ser perfeita, pois, se esse seu único defeito vier a atingir os seus escritos, qual será o estímulo que nós, aspirantes a escritor, reles mortais, teremos para continuar tentando escrever? Como dizia Voltaire "até a virtude tem limites" e seria bastante gentil da parte de Amanda se procurasse respeitar esses limites a fim de disfarçar a sua superioridade ultrajante; tenho certeza de que este favor não a impedirá de continuar sendo essa mocinha inspirada e inspiradora que é.