segunda-feira, 12 de maio de 2008

Do you ever think about the future?

- Tu pensa no futuro?
-
Penso, claro.
- O que tu vê?
- O que tu vê?
- Vai, po, falando sério.
- Eu nunca falo sério.
- ¬¬
- Vejo o futuro, ué.
- E no futuro, tu vai voltar lá daquelas lonjuras pra mim?
- Tu vai me esperar?
- Vou.
- E quantos tu vai agarrar antes de mim?
- Ah, vários.
- Melhor assim pq eu não vou perder nada lá, qualquer uma que passar eu já tou agarrando! Não quero nem saber se é brasileira, angolana, grega, japonesa...
- Eu bem sei disso, seu danado!
- E por que tu não vai passar o natal comigo?
- Ah, meu lindo, eu não posso... você sabe que se fosse por mim, eu passaria as férias de verão aqui/inverno lá contigo, mas as coisas são complicadas aqui...
- Daqui pra lá tu desata esses nós, tu sempre consegue o que quer.
- É?
- É. Mas por que me perguntasse sobre isso agora?
- Porque eu queria saber o que tu via no futuro.
- Eu realmente não sei. E tu, vê o quê?
- Tu.
- Quê?
- Eu vejo tu.

Um comentário:

Magno Marques disse...

Já que é melhor ser intenso que ser extenso, vou fazer dessa vez um comentário curtinho:

Como dizia Oscar wilde, "as previsões são sempre arriscadas, particularmente aquelas que se referem ao futuro". Sendo assim, o que há para mim de tocante e comovente nesse diálogo é a certeza amorosa que aparece como uma ilhazinha afoita rodeada por um mar de incertezas, mesmo que essa certeza possa advir do fato de que, como dizia Nietzsche, "o amor é o estado de espírito em que mais tendemos a ver as coisas como elas não são".

Seja como for, acho as promessas amorosas as mais sinceras que existem, mesmo que quase nunca se realizem; e os que nunca fazem promessas irrealizáveis pouco ou nada entendem do amor.