quarta-feira, 9 de julho de 2008

Desde criança, eu sempre ouvi dizer que amor e ódio são dois sentimentos muito próximos, seja na intensidade, seja no número de letras, seja na classificação gramatical, seja no estrago que deixam na gente. Sim, porque um não existe sem o outro e é inconcebível o surgimento de qualquer paixão sem esses dois elementos. É praticamente a cadeia alimentar dos relacionamentos: se um membro entra em extinção, todo o ecossistema goes down right away. Tiro e queda, assim como no meio animal. A pergunta é: como isso pode acontecer? Existe algum ponto crítico a partir do qual o amor vira ódio assim como água vira vapor a 100 ºC? A verdade é que eu não sei e provavelmente nunca vou saber. O que eu sei é que eu cansei dessa história de odiar você. Te odiar é a coisa mais exaustiva que eu venho fazendo em muito tempo e eu estou realmente exausta. Cansei de te chamar de burro, de até hoje não entender o que aconteceu, de dar murros na tua foto, de escrever mil coisas que eu sei que não vou te mandar nunca por um motivo ou outro. Cansei. Cansei mesmo, joguei a toalha. Chega de ser atriz. Eu não te odeio ok? Nem um pouco e esse é justamente o meu maior problema. A falta de um ódio genuíno e permanente por você. Eu já tentei, menti, dissimulei, ri do que não tinha graça e até correr, literalmente, de você eu corri. Sim, já te xinguei e amaldiçoei o dia em que te conheci, e fiz isso num acesso de raiva, de ódio, é verdade. Mas não te odeio. Nem me odeio por não te odiar também. O que eu odeio é o fato de você não perceber que te odiar é, e seria em qualquer futuro pelos próximos 10 anos, uma tarefa impossível pra mim. É claro que isso não me impede de ter impulsos assassinos de vez em quando ou de ter que me segurar pra não te dar logo três tapas - Pá! Pá! Pá! - e pronto. Mas também não alivia o que eu sinto. Te odiando, te gostando, não faz a menor diferença: eu estou pensando em você do mesmo jeito. Te gostando, te odiando: você não está comigo anyway. O que me resta? Estar apaixonada por você and that's all. Fecha a conta e passa a régua, amiga, porque aí é caixão e vela preta.

Um comentário:

Nathália. disse...

Acho que o ponto crítico é quando a gente olha pro lado, e além de sentir o vazio que ele deixou, enxerga ele com o novo amor, andando de mal dadas, na calçada ao lado.

é minha amiga, aí sim é que o ódio começa.