segunda-feira, 14 de julho de 2008

I still got sand in my shoes

Você aprisiona, eu liberto. Você adormece as paixões, eu desperto. Você acorda cedo, trabalha e eu sonho até as onze com coisas banais. Você adivinhou meus segredos e até a data do meu aniversário quando eu pensava ter tudo muito bem escondido dentro do meu vestido e das convenções de não mostrar muito de si tão rapidamente. Você me fez baixar a guarda e colocar minha armadura de ferro dentro do armário quando, ao mesmo tempo, eu abastecia meu estoque de espadas novas. Eu te libertei quando o que eu mais queria era te prender e você me prendeu quando o que eu mais eu precisava era estar solta. Você cantou várias músicas pra mim quando eu queria estar em silêncio. E eu acabei entrando no teu ritmo. Você me desenhou quando a palavra ficou com sono e foi dormir. Você me chamou pra tua vida como uma criança chama o carrinho do sorvete e pede por um picolé de fruta no alto verão. Você me deu compreensão quando eu nem pedia pra ser entendida e quando eu tava começando a te compreender, você correu. Logo de mim que sempre fujo e deixo tudo pra trás. Eu, que sempre corri, fiquei parada dessa vez. Sim, eu já cortei os fios que me ligavam a você, mudei de telefone, de "alvo" e até de cabelo, mas sempre volto ao mesmo ponto. Aquele ponto em que você continuou e eu parei, e que eu até hoje não sei precisar aonde foi. Eu, que queria tirar umas férias de amar, acabei pegando um avião pra longe, muito mais longe do que eu queria ir. Japão? Austrália? Antártida? Antes fosse. Aí é só arrumar as malas e voltar pra casa correndo. A viagem que eu fiz é sem passagem de volta, é pra ficar.

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